Uma proposta promissora que deve ser discutida em Fartura seria a integração da telemedicina ao Sistema Único de Saúde (SUS) municipal. Penso que essa ideia deve ser debatida por profissionais da saúde e avaliada pela Secretaria Municipal de Saúde e conselho municipal pois pode ampliar o acesso da população a serviços médicos especializados por meio do uso de tecnologias digitais.
Atualmente, nossa população, que tem cerca de 20 mil habitantes, enfrentam dificuldades comuns às cidades do interior, como a escassez de profissionais em especialidades médicas essenciais e longas esperas por consultas e exames.
Casos que demandam neurologistas, psiquiatras, cardiologistas, endocrinologistas e dermatologistas, por exemplo, frequentemente exigem deslocamentos para municípios maiores o que implica em custo para o município e desgaste para os pacientes.
Nesse cenário, a telemedicina surge como uma alternativa viável, segura e já regulamentada no Brasil pela Lei nº 14.510/2022 e pelas resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM). A ferramenta permite a realização de atendimentos, consultas, emissão de laudos e até discussões de casos clínicos entre profissionais de saúde, tudo de forma remota e mediada por plataformas digitais seguras.
A proposta de adoção da telemedicina local pode trazer vários benéficos como acesso a especialistas médicos de diversas áreas — como psiquiatria, dermatologia, endocrinologia e cardiologia. Teríamos médicos dos mais variados cantos e atendimentos seja na rede em salas especializadas ou até mesmo dentro da casa do paciente.
Outra possibilidade sera a questão de diagnóstico mais ágil, pois os exames como eletrocardiogramas e imagens (como raio-X e ultrassons) poderiam ser enviados digitalmente para análise de especialistas, com retorno em tempo significativamente menor.
Até para nossos médicos e enfermeiros que por vezes muitos são recém formados teriam apoio técnico por meio de tele consultorias, promovendo mais segurança nas decisões clínicas e fortalecendo o atendimento na atenção básica.
imaginem o ganho de qualidade de acompanhamento de pacientes crônicos com diabetes, hipertensão, doenças cardíacas ou transtornos mentais onde poderiam ser monitoradas remotamente, com ajustes no tratamento de forma mais dinâmica e confortável ao paciente.
Vejam, hoje temos o ‘cata veio’, mas imaginem a redução de custos com deslocamento seja localmente, seja evitar viagens para cidades distantes. É economia de tempo e recursos das famílias e da própria rede pública de saúde.
Importante destacar que a TELE MEDICINA não substitui o atendimento presencial, que continua sendo fundamental, mas sim o complementa. A telemedicina entra como reforço, promovendo maior capilaridade dos serviços de saúde e modernizando o serviço municipal.
Atentai, algumas especialidades médicas exigem avaliação física minuciosa e exames que não podem ser realizados à distância, sendo indispensável manter o atendimento presencial. É o caso, por exemplo, da oftalmologia, que requer equipamentos específicos para exames de fundo de olho e refração; da ginecologia, que envolve exames clínicos e preventivos; e da odontologia, que demanda intervenções diretas. Nestes casos, a presença do profissional continua sendo imprescindível., importante esclarecer para não gerar polemicas desnecessárias.
Além de ser já regulamentado pelo SUS, para sua efetiva implementação não se trata de investimentos de outro mundo, são computadores, câmeras e conexão estável à internet e logicamente a capacitação dos profissionais da rede para uso adequado das plataformas, e assim a garantia da segurança e sigilo das informações dos pacientes.
Penso que a proposta deve ser vista como um avanço para o sistema de saúde local e um compromisso com soluções inovadoras e sustentáveis para os velhos problemas sendo novos desafios em favor da população.
Lauro Rogerio Dognani
Advogado e cidadão.
- Fartura