Fábrica em Ourinhos (SP) prometia salários de R$4 a R$5 mil. Segundo apurado pela TV TEM, vítimas eram contratadas por períodos de 30 e 45 dias mas, ao chegarem no local, tinham seus celulares confiscados e viviam em situações precárias.
Os 14 paraguaios resgatados de uma fábrica de cigarros em Ourinhos (SP) tinham jornadas exaustivas de trabalho, tinham os celulares confiscados e viviam em condições precárias, em quartos com janelas tampadas e sujos. Os trabalhadores foram resgatados nesta terça-feira (15) durante uma operação da Polícia Federal de Guaíra (SP).
Conforme apurado pela TV TEM, as vítimas eram atraídas com promessas de trabalho de 30 a 45 dias, com salários entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Segundo a PF, os trabalhadores eram aliciados no Paraguai e trazidos ao Brasil por meio da fronteira com o Paraná, especialmente pelo município de Guaíra. Depois, eram levados até a fábrica em Ourinhos.
Segundo a PF, um dos responsáveis pela fábrica foi preso em São Paulo. Outro mandado de prisão, no Paraná, está em aberto. Em Mato Grosso do Sul, uma pessoa foi presa por posse ilegal de arma de fogo.
Na fábrica clandestina, segundo a investigação, os trabalhadores eram mantidos sob vigilância constante, sem acesso ao mundo externo e submetidos a jornadas exaustivas.
Além disso, os quartos tinham as janelas tapadas para não levantar suspeitas do que acontecia no local. As vítimas relataram ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que passaram dias se alimentando apenas com bolachas.
Os trabalhadores foram levados para a delegacia da Polícia Federal em Marília, onde prestarão depoimentos e depois serão conduzidos a Ciudad Del Leste para depois voltarem às suas casas.
O Ministério do trabalho e emprego também lavrará o auto de infração referente ao resgate dos trabalhadores garantindo-os o pagamento do seguro desemprego previsto em lei.
Além dos crimes de trabalho análogo à escravidão, a PF investiga outros delitos associados, como descaminho, violação de marca, fabricação de substância nociva à saúde, promoção de tráfico de pessoa e migração ilegal.
A operação contou com apoio de cerca de 50 policiais federais, além de servidores do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.
Por g1 Bauru e Marília